sábado, 3 de novembro de 2012

CADERNO DE RESUMOS


Semana Antonieta de Barros:

 Literatura e Ensino na Educação Básica

Expediente: Ano II V.2 N.2 2012 ****** ISSN 22363769 ******
 
Anais...II SAEB 2012


 INTEFACES: LINGUAGENS, INTERAÇÃO, LITERATURA E PRODUÇÃO TEXTUAL
 

Divulgação de pesquisas de profissionais que atuam na Educação Básica, promovendo a reflexão, divulgação e criação de espaço para a interação de conhecimentos relacionados à Literatura e Ensino, com o intuito de aprimorar práticas educativas no cotidiano da escola.


Luciene Fontão
Daniela Bunn
Mariana Lange
(Organizadoras) 

ILHA DE SANTA CATARINA

2012
 
 
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II Seminário Antonieta de Barros: Literatura e Ensino na Educação Básica

Interfaces: Linguagens, Interação, Literatura e Produção Textual
Anais...IISAEB2012
2ª edição – Ano 2012
 

Comissão Organizadora:
Adris André de Almeida
Daniela Bunn
Dirceu Elenilton Lauermann
Luciene Fontão
Márcia Bianchi
Marcio Markendorf
Mariana Lange
Verônica Cúrcio

 
Comissão Científica
Daniela Bunn
Luciene Fontão
Márcia Bianchi


Apoio Institucional e Agradecimentos
Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Profissionais do Ensino Superior – CAPES
Programa de Apoio a Eventos no País - PAEP
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Centro de Comunicação e Expressão - CCE
Departamento de Língua e Literatura Vernáculas - DLLV
Pós-graduação em Literatura - PGL
Curso de Cinema da UFSC
Secretaria Municipal de Educação do Município de Florianópolis/SC - SME
Departamento de Ensino Fundamental - DEF
Departamento de Educação de Jovens e Adultos - DEJA
 
Realização:
NECUCA – Núcleo de Estudos Culturais Catarinense.

“Este poema vivido, cada dia, com o mesmo entusiasmo, com a mesma emoção, com a mesma consciência, não desmerece, nunca, na sua extraordinária beleza de simplicidade, nem do seu infinito valor, porque, por ele, mais se firma, e eleva, e sublima a força moral, que é a nossa própria dignidade, e que nos permite viver de pé, agir de pé [...]”. (Antonieta de Barros)

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SUMÁRIO

PALESTRA – 13/11/2012 – 9h

GÊNEROS TEXTUAIS E DISCURSIVOS
Gil Roberto Negreiros (UFSM)

MESA TEMÁTICA – 13/11/2012 – 10h30min
METODOLOGIAS PARA SALA DE AULA EM LÍNGUA PORTUGUESA: LITERATURA E ENSINO
Convidada: Suzana Scramim (UFSC)

Relatos de Experiência:
Aline Zilli (EBM Brigadeiro Eduardo Gomes)
Luciene Fontão (SME/DEJA/EJA Matutino I)

PALESTRA – 14/11/2012 – 9h
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Camila Tavares Leite (UFMG)

MESA TEMÁTICA – 14/11/2012 – 10h30min
LEITURA E LITERTURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Convidada: Mary Cerutti Rizzatti (UFSC)

Relatos de Experiência:
Fernanda Muller(Colégio de Aplicação/UFSC)
Márcia Bianchi (SEED/SC – Chapecó)

MINICURSOS – Das 14h às 17h
OFICINA DE ADAPTAÇÃO - ROTEIROS CINEMATOGRÁFICOS
Data: 13 de novembro de 2012
Fernanda Muller e Marcio Markendorf

OFICINAS DE ESCRITA- CRIAÇÃO LITERÁRIA E PRODUÇÃO ACADÊMICA
Data: 14 de novembro de 2012
Luciene Fontão e Mariana Lange


GRUPOS TEMÁTICOS

GT 1: Formação de Leitores
13 de novembro das 18h às 20h
Adris André de Almeida
Fernanda Gonçalves e Gisele Gonçalves
Luciana Kornatzki e Sonia Maria Martins de Melo
Mariana Lange
Marcia Bianchi

GT 2 e 3: Produção para Crianças e jovens: texto e imagen
14 de novembro das 17h30min às 18h30min
Eliane Debus e Simone Cintra
Maria Laura Pozzobon Spengler
Daniela Bunn

GT4: Texto e Ensino
14 de novembro das 18h30min às 20h
Luciene Fontão
Lisley Canola Treis Teixeira e Bárbara Rafaela Brummer
Cristiano Mello de Oliveira
Rafaella Machado

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GÊNEROS TEXTUAIS E DISCURSIVOS
Considerações básicas e propostas sobre ensino de língua portuguesa e gêneros textuais orais
 
Gil Roberto Costa Negreiros
(UNINCOR e UFMS)
 
Resumo: A palestra tem como tema a questão dos gêneros textuais no ensino de língua portuguesa. O objetivo é refletir sobre a importância de trabalho didático, tendo em vista a concepção de gênero textual, além de propor alternativas de trabalho com gêneros textuais orais. Para tanto, apoiamo-nos, teoricamente, em Bakhtin. Como resultado, demonstraremos que a proposta pode ser uma atividade importante e fundamental no desenvolvimento oral dos alunos. 
 
Palavras-chave: Gênero textual oral. Ensino. Língua Portuguesa. Didática.




ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO:
 A COMPREENSÃO COMO RESULTADO

 
Camila Tavares Leite
 (UFMG)

 Resumo: Muito se tem discutido a respeito dos papéis da escola e do professor/educador nos processos de alfabetização e de letramento. Mas será que, apesar de termos algum conhecimento sobre nosso papel, sabemos o que queremos como resultado desses processos? A leitura é uma tarefa complexa na qual interagem diferentes mecanismos de comportamento, como: a) identificação das letras, b) reconhecimento das palavras, c) integração sintática e semântica. Portanto, ler, como sabemos, implica mais que decodificar; implica compreender o material lido. Neste sentido, o objetivo deste artigo é discutir as seguintes questões: 1) qual é o objetivo da leitura?, 2) como podemos ajudar nossos alunos a alcançá-lo?, 3) quais aspectos linguísticos envolvidos na leitura podem apontar que o leitor alcançou o objetivo?. Para isso, apresento uma análise de dados de leitura de sujeitos belorizontinos de três diferentes faixas etárias, sendo uma de crianças do 6º ano do Ensino Básico. Foram observados, na leitura, aspectos prosódicos que pudessem indicar a fluência. Ademais, um teste de compreensão foi aplicado com o objetivo de observar a relação fluência e compreensão.
          
 Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Leitura. Compreensão.

 

MESA TEMÁTICA 1

METODOLOGIAS PARA SALA DE AULA EM LÍNGUA PORTUGUESA: LITERATURA E ENSINO

Resumo: Para obter excelencia no ato de ensinar e aprender a língua portuguesa e a literatura na educação básica, é fundamental dotar-se o professor de instrumentos e práticas metodológicas que motivem o educando a ler livros de literatura,  a fim de que desenvolva o hábito e o gosto em ler, lendo cada vez mais e a cada nível de estudo; bem como ter conhecimento dos  gêneros literários diversificados. Também para uma aprendizagem significativa, incentivar o educando a refletir sobre o que  lê , provocando-o a escrever, a produzir textos com fins e características literárias, bem como publicar seu trabalho de escrita. O professor de língua portuguesa e de literatura deve aprimorar suas técnicas, criar perspectivas e desenvolver mecanismos integrados.
 
Palavras-chave: Metodologia. Língua Portuguesa. Literatura. Produção.
 

 
AVENTURAS NA ILHA DA MAGIA
 
Aline Zilli
(SME/EBM. BRIGADEIRO EDUARDO GOMES) 

Resumo: Através do projeto Clube da Leitura da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis/SC, foi oportunizada a leitura da obra da autora catarinense Yedda Goulart, que visitou a escola básica municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, localizada na praia do Campeche em Florianópolis/SC e interagiu com os alunos do 6° ano do ensino fundamental. Com a leitura do livro Ilha da Magia, título do trabalho, os alunos puderam se aventurar pela literatura, por locais da ilha que nunca tinham visitado, como o Morro da Cruz e o mirante da Lagoa da Conceição, e por um novo universo de conhecimento, que foi o de vivenciar a obra e seu criador. A experiência de ter uma escritora de verdade diante dos olhos dos alunos foi muito interessante e eles interagiram com ela através das fotos registradas pela Ilha da Magia e de questões formuladas sobre o livro que leram.

Palavras-chave: Aventura. Yedda Goulart. Interação. Literatura.
 

HORTA COM POESIA

Luciene Fontão
 (SME  e UFSC) 

Resumo: O projeto “Horta com poesia: cultivando a vida e o verso na folha” surgiu das oficinas de Português realizadas com os alunos do Núcleo EJA Centro Matutino I da Secretaria de Educação de Florianópolis/SC, ocorridas desde 2011, em parceria interdisciplinar com a disciplina de Ciências. O projeto “Horta com Poesia” foi parte integrante do Projeto Horta Escolar da Secretaria de Educação do Município de Florianópolis em que o Núcleo está inserido. Como objetivos, o projeto propiciou aos alunos: aprender com o cultivo a valorizar a vida e desenvolver consciência ecológica, atitude e postura socioambiental através da expressão artístico-cultural de manifestação da linguagem poética. A metodologia empregada foi a de circuito integrado, que teve como instrumentos: a leitura, a análise, a audiência e a produção escrita de poemas. Foram estudadas a biografia e poemas selecionados, a partir do tema natureza, de autores consagrados da literatura brasileira e portuguesa, como fonte de inspiração para a produção de poesia - com textos selecionados ora do livro didático do curso, ora de livro encontrado na biblioteca da escola. Autores lidos: Cruz e Souza, Delminda Silveira, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros, Mário Quintana, Manuel Bandeira, Cecília Meirelles João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Vinícius de Moraes e Gilberto Gil. 

Palavras-chave: Poesia. Horta. Leitura. Produção.

 
MESA TEMÁTICA 2  (Em breve)
LEITURA E LITERTURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
 

MINICURSO 1 

OFICINA DE ADAPTAÇÃO – ROTEIROS CINEMATOGRÁFICOS

Marcio Markendorf 
 Fernanda Muller
(UFSC)

 
Resumo: Tendo em vista as estruturas narrativas típicas dos contos de fadas tradicionais, sistematizadas por Wladimir Propp em "Morfologia do conto maravilhoso", Joseph Campbell em "A jornada do herói" e J. R. R. Tolkien em "Sobre historia de fadas", pretendemos identificar os elementos enfatizados, acrescentados e/ou suprimidos nas adaptações dos estúdios de animação. A abordagem da adaptação em sala de aula pretende revelar a existência de um processo no qual a passagem de histórias clássicas de um gênero para outro (conto para roteiro) e de um meio para outro (literário para audiovisual) implica determinadas considerações quanto à economia narrativa, ao público-alvo e aos interesses de circulação e de mercado, importantes guias para o direcionamento da produção. Como suporte teórico para discutirmos aspectos da roteirização e da adaptação faremos uso de alguns conceitos explorados em "Roteiro de cinema e de televisão", de Flávio de Campos, "A   jornada do escritor", de Cristopher Vogler, "Os segredos dos roteiros da Disney", de Jason Surrell e "Teoria da adaptação", de Linda Hutcheon. 

Palavras-chave: Narrativas. Adaptação. Roteiros. Cinema.

 
MINICURSO 2 – OFICINAS DE ESCRITA 

TEORIA DOS BASTIDORES DA ESCRITA OU O DESEJO DE ESCREVER DO PROFESSOR
Mariana De Bastiani Lange
(UFSC-PGL)
Projeto Escriturando 
Resumo: Como superar o "branco", a ansiedade e outros entraves na hora de encarar a o papel em branco? O caminho está sempre por encontrar. Uma folha branca está cheia de caminhos, escreveu o filósofo Jacques Derrida – mas como encontrar esses caminhos? A escrita, inevitavelmente presente na vida do professor, acaba se tornando um tanto burocrática e, muitas vezes, se afasta da escrita prazerosa. Podemos indagar: como transmitir desejo de escrever aos alunos quando não damos atenção ao nosso próprio desejo de escrever? A “Oficina de Escrita: o desejo de escrever do professor” é oferecida aos educadores a fim de esmiuçar as relações entre o desejo e as práticas cotidianas de escrita, visando traçar caminhos para enfrentar o escrever sem inibições e, mais que isso, tornar o ato de escrever uma prática cada vez mais saborosa. Roland Barthes afirma que todos nós podemos ser escritores-escreventes, manejando a escrita como cidadãos e, ao mesmo tempo, colocando gosto nas palavras. Deste modo, o objetivo da Oficina é trabalhar não apenas a escrita, mas, principalmente, o sujeito que escreve.
 
Palavras-chave: Oficina. Desejo. Escrever. Psicanálise.

 

A LINGUAGEM NA PRODUÇÃO TEXTUAL TÉCNICA E/OU CIENTÍFICA
 
 Luciene Fontão
(SME e UFSC)

 Resumo: O artigo apresenta características indispensáveis à linguagem e sua aplicabilidade quando se trata de produção textual no âmbito da esfera acadêmica. Tem por objetivo esclarecer o estudante sobre aspectos relevantes de sua produção, a fim de que possa garantir respaldo técnico-científico. O método empregado é o de levantamento de referências bibliográficas que tratam do assunto, visando a resultados de excelência na escrita de textos científicos empregados na área de conhecimento em que o estudante de graduação e de pós-graduação está inserido. 

Palavras-chave: Linguagem. Aplicabilidade. Produção brasileira. Artigo científico.

 
GRUPOS TEMÁTICOS 

 GT 1: FORMAÇÃO DE LEITORES 

O QUE A LEITURA NOS  DÁ? 

Márcia Bianchi
(SEEB/SC) 

Resumo: A formação de leitores - O que a leitura nos dá? Em primeiríssimo lugar, acreditamos na experiência vertical da vida, a profundidade. Atrelada à ela acrescentamos: agilidade, quem lê tem mais presteza, velocidade, capacidade de estabelecer relações de todo o tipo. Avariedade, a leitura - e a literatura - tem o mérito de acolher toda e qualquer experiência humana, em qualquer parte, época ou situação. A concentração, a leitura de textos de qualidade impõe exigências e entre elas está a concentração. A imaginação que é, sem dúvida, um dos valores mais importantes para toda e qualquer leitura. Por fim, a liberdade. Quiçá o mais potente  valor da leitura - da literatura - seja o maravilhoso exercício da liberdade. 

Palavras-chave: Leitura. Formação. Imaginação. Liberdade.
 

INTERFACES ENTRE FORMAÇÃO DE LEITORES, LITERATURA INFANTIL E CORPOREIDADE: ALGUMAS APROXIMAÇÕES NECESSÁRIAS
Luciana Kornatzki
Sonia Maria Martins de Melo
(PGE/UDESC) 

Resumo: Apontamos algumas interfaces entre formação de leitores, literatura infantil e corporeidade, com o objetivo de refletir sobre as práticas docentes de ensino da leitura, especificamente aquelas que utilizam livros de literatura infantil.  Entendemos a educação como processo resultante das relações humanas mediatizadas pelo mundo, e o ser humano como sujeito biopsicossocial, construtor e construído pelas relações com os outros seres humanos. Por essas relações, sempre educativas, os sujeitos constroem e reconstroem inclusive sua corporeidade, também mediante as práticas de ensino da leitura e formação de leitores. Nesse processo, buscamos possibilidades de um uso pedagógico emancipatório de livros de literatura infantil na construção, junto ao público infantil, do entendimento de corporeidade como unidade de existência humana, conforme as mensagens que expressem esse paradigma.
Palavras-chave: Formação de Leitores. Literatura Infantil. Corporeidade.
 

POESIA E ENSINO: O MEL DA PALAVRA E SEU USO NA ESCOLA
Adris André de Almeida
(PGL/UFSC)   

Resumo: Na Grécia e Roma antigas, grande parte da educação das crianças e jovens dava-se por meio da poesia. Eram os poetas Homero e Virgílio os mestres daquele tempo. Em nossos dias, a poesia deixou de ser a forma preferida de transmissão de conhecimento; ficando com a prosa, sobretudo a científica, esse trabalho de instrução. Em parte, a poesia deixou de ser a composição literária preferida na educação desde o próprio posicionamento de muitos poetas do século passado, os quais levaram à diante o entendimento da poesia como um fim em si mesma, descartando-a como um meio de ensino, por exemplo. Se o caráter pedagógico, mesmo moralizante, da poesia tem estado em baixa, praticamente instinto, na diluição dos valores a partir da modernidade, qual o sentido de seu uso na sala de aula? Em se tratando da poesia mais recente, mesmo sem as qualidades formativas de outrora, ela contém outros elementos indispensáveis para a formação cultural do sujeito, como a musicalidade, a ludicidade, a criatividade e o uso da imagística. Manoel de Barros refere-se à poesia como “a mais fina destilação da palavra”, comparando-a ao mel. O fato é que, para o poeta, nem todos gostam de mel. Esse paladar, portanto, deve ser apresentado e cultivado pela educação. Daí que, na escassez de leitores na família, a escola assume um papel importantíssimo na base cultural das pessoas. Na formação do leitor, ela é um dos poucos espaços, senão o único, onde se possa vir a experimentar esse mel de que fala Manoel de Barros. Por isso, esse texto busca uma defesa da poesia na escola, buscando apontar problemas e possíveis soluções em seu ensino. Com ele, aposta-se que o texto literário poético seja inestimável fonte de instrução cultural, sempre necessária em qualquer tempo e lugar. 

Palavras-chave: Poesia. Educação. Formação do leitor.

 

É HORA DA RODA, VAMOS OUVIR UMA HISTÓRIA? A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO POSSIBILIDADE DE HUMANIZAR TEMPOS E ESPAÇOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Fernanda Gonçalves 
Gisele Gonçalves
 (UFSC-PPGE)

 

Resumo: O presente texto tem como objetivo refletir sobre a relação das crianças com os livros e as contações de histórias no contexto da educação infantil, a partir de uma experiência vivenciada numa creche Conveniada a Rede Municipal de Florianópolis, com crianças de 5 a 6 anos de idade. Nosso foco de analise é o momento da Roda de contações de histórias como possibilidade de significar tempos e espaços no cotidiano da educação infantil, bem como a formação dos pequenos leitores literários. Tomamos como objeto de análise o momento da Roda e as contações de histórias que aconteceram neste lugar – socialmente construído com as crianças, leitores-ouvintes literários (Debus, 2009) em formação.  Entendemos a criança como sujeitos sociais de direitos e com voz, que deve ser respeitada e considerada (Rocha & Ostetto, 2008). A partir das observações realizadas com as crianças, percebemos o grande interesse dos pequenos pela Literatura Infantil, pelos livros e pela contação de histórias: eram pequenos leitores em formação, adquirindo gosto pela literatura. Não era qualquer história que os envolvia, mas uma boa narrativa causava verdadeiro encantamento.
Palavras-chave: Criança. Roda. Contação de histórias. 
 

ERA UMA VEZ UMA "SACOLA-MÁGICA" NA NOSSA RODA DE HISTÓRIAS: OS JOGOS NARRATIVOS E AS PRÁTICAS DE LEITURA PARA O LETRAMENTO E A ALFABETIZAÇÃO 

Ingobert Vargas de Souza
(PPGE/UFSC) 

Resumo: Tudo começa numa roda, alguns livros, uma sacola cheia de objetos ‘encantados’, muitas histórias para ler e contar e uma pergunta: De que forma os jogos narrativos desencadeiam as práticas de leitura para o letramento e a alfabetização das crianças do 1º ano B do Colégio de Aplicação da UFSC? A‘sacola-mágica’ passeia de mão em mão e, quando para, todos ouvem o que a criança tem a falar. A ‘sacola-mágica’ e a roda de histórias são os jogos narrativos debatidos neste artigo como forma de expressão ativa de fala e de escuta das crianças. A partir da pesquisa participativa de tipo etnográfico, caracterizada pela intervenção direta na realidade, a proposta foi a de se utilizar da entrada reativa no campo, que consiste em compor/propor/participar das áreas dos jogos narrativos com as crianças e ficar atento às suas reações. Outra possibilidade teórico-analítica que tem contribuído para o entendimento dos movimentos entrelaçados da língua, do sujeito, do sentido, em relação à educação e a outras esferas do social é a Análise de Discurso que, conforme os pressupostos de Pêcheux, é debatida na perspectiva de uma disciplina de interpretação. Dessa forma, busca-se descrever os processos de subjetivação da criança ator-social; de questionar qual o papel da escola nesse reconhecimento e, sobretudo, apontar as possibilidades desses jogos sobre a criança no processo de letramento e alfabetização. 

Palavras-chave: Narração de histórias. Brincadeira. Infância. Letramento. Alfabetização.

 

LETRA DE FÔRMA: SOBRE PROFESSAR E ESCREVER
 
Mariana De Bastiani Lange
(UFSC-PGL)
Projeto Escriturando

 
Resumo: Partindo dos estudos de Roland Barthes, para quem o processo de escrever afeta o próprio sujeito que escreve, e do filósofo Jacques Derrida, que propõe pensarmos sobre o verbo “professar” e suas implicações éticas, indaga-se: qual o papel da escrita na formação de um bom professor? O presente trabalho está situado no campo de interface entre Filosofia, Educação e Psicanálise e visa refletir sobre a formação do professor e a formação do escritor (escritor, para Barthes, como sendo simplesmente “aquele que escreve”), questionando sobre uma possível relação entre essas experiências. Com base em teóricos da filosofia e da psicanálise, indaga-se sobre as reverberações do desejo de escrever na educação, bem como sobre escrita e transmissão, buscando explicitar as tensões existentes entre a formação acadêmica e o os desafios cotidianos do educador.  

Palavras-chave: Escrita. Ensino. Filosofia. Psicanálise.
 

GT2 – NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO.
NÃO HOUVE INSCRITOS.


GT 3: PRODUÇÃO PARA CRIANÇAS E JOVENS: TEXTO E IMAGEM 

A LITERATURA ANGOLANA PARA INFÂNCIA: O CASO ONDJAKI
Eliane Santana Dias Debus
(UFSC)

 Resumo: Este artigo visa refletir sobre a inserção das literaturas africanas de língua portuguesa para a infância no mercado editorial brasileiro, a partir das demandas da Lei 10.639 (2003) e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004). Apresentaremos a inserção dos títulos de alguns escritores, como José Eduardo Agualusa e Zetho Cunha Gonçalves, focalizando a produção de Ondjaki. Buscamos destacar nesta apresentação a importância dessas narrativas para a formação do leitor. Se ler o outro e sobre o outro tem importância fundamental na formação leitora do indivíduo, o contato com textos literários, que focalizam personagens em diferentes contextos, ou a existência de escritores oriundos de diferentes contextos permitem uma visão ampliada de mundo. Assim, conhecer as literaturas africanas de língua portuguesa, em particular a angolana, possibilita uma relação salutar com outras culturas.  

Palavras-chave: Literatura infantil. Literaturas africanas de língua portuguesa. Mercado editorial. Ondjaki.

 

LITERATURA INFANTIL E PRÁTICA EDUCATIVA:
FRUIÇÃO E CRIAÇÃO POÉTICA DE EDUCADORES E CRIANÇAS 

Simone Cristiane Silveira Cintra
Eliane Santana Dias Debus
(UFSC) 

Resumo: Este trabalho aborda possibilidades de encontros e de mediações: encontros de futuros educadores e de crianças com a literatura infantil e aspectos do processo de mediação do adulto junto ao encontro da criança com essa literatura. As reflexões, aqui apresentadas, foram construídas junto a atividades de fruição e criação poéticas vivenciadas por estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Algumas dessas atividades constituem a metodologia “Brincando com o poema”, desenvolvida pela professora Eliane Debus, e outras integram o trabalho formativo da pesquisa de pós-doutorado, Teatro, Literatura para a Infância e Prática Educativa: diálogo entre fazeres, desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/UFSC) pela professora Simone Cintra. Todo o trabalho realizado ocorreu em aulas da disciplina “Literatura e Infância”, as quais tinham por objetivo ampliar as oportunidades e possibilidades de fruição e criação poéticas das estudantes por meio do encontro com a literatura, com elementos da linguagem teatral e com a brincadeira. As atividades foram registradas pelas professoras/pesquisadoras em imagens fotográficas e texto descritivo, também as estudantes realizaram registros reflexivos em forma de diários, nos quais expuseram suas impressões, sentimentos e aprendizados acerca das experiências vividas. A reflexão sobre esse material de registro ocorreu em interlocução com estudos e pesquisas que tangenciam a formação artístico-cultural de (futuros)educadores e os processos de mediação da leitura literária. Este movimento dialógico possibilitou-nos indicar questões e aspectos que julgamos relevantes à temática aqui abordada: 1. Os próprios estranhamento e encantamento das estudantes de Pedagogia em relação às atividades de criação e fruição poéticas são indicativos da falta de familiaridade que a grande maioria apresenta em relação à arte. 3. A discussão acerca da mediação da leitura literária com crianças não pode desconsiderar a escassez de experiências de fruição e criação poéticas vividas pela maioria dos futuros(as) educadores(as) de crianças, pois, assim como ocorre com outras expressões artísticas, a distância entre eles(as) e a literatura é também recorrente. E, no caso do poema, essa distância pode tornar-se ainda maior. 4. Essa escassez interfere negativamente na compreensão e criação, por estes(as) futuros(as) educadores(as), de práticas educativas que proporcionem experiências de fruição e criação poéticas às crianças com as quais irão conviver nas instituições de educação infantil e nas escolas, em decorrência da dificuldade de acolherem, valorizarem e potencializarem o desenvolvimento de algo tão distante do seu universo pessoal e de sua formação acadêmica. 

Palavras-chave: Literatura Infantil. Fruição. Criação. Mediação de Leitura Literária.

 

A DESCOBERTA DA VISUALIDADE NAS IMAGENS RITMADAS DE UM GAROTO CHAMADO RORBETO: UMA ANÁLISE DAS ILUSTRAÇÕES DE DANIEL BUENO NA NARRATIVA INFANTIL CONTADA POR GABRIEL, O PENSADOR
 Maria Laura Pozzobon Spengler
(USP) 

Resumo: Na contemporaneidade, a imagem que encontramos nas ilustrações de livros de recepção infantil, vem sendo estudada como um dos princípios para o reconhecimento de elementos e características primordiais da compreensão e de possibilidade criativa. Assim, se faz necessária uma reflexão sobre o papel da leitura da ilustração nos livros de literatura infantil, como ponto de partida para construção de conhecimento. Desta maneira, o trabalho aqui proposto vem com a intenção de possibilitar uma leitura das ilustrações de Daniel Bueno que compõem junto ao texto do cantor Gabriel, o pensador o livro que leva o título Um Garoto chamado Rorbeto, publicado pela editora Cosac Naify. Pensamos que uma educação ao olhar se faz necessária para que o leitor, desde a infância, possa identificar representações do mundo que permeiam as mais diversas linguagens que o cerca. Esse leitor, que hoje se encontra cercado de múltiplas informações visuais, textos verbais e não verbais (imagéticos), carregados de significados a serem decifrados e compreendidos. Este trabalho também objetiva realizar uma reflexão sobre o papel da ilustração na literatura destinada ao público leitor infantil e juvenil, buscando uma reflexão sobre a ilustração que nos é oferecida como parte importante na leitura de uma narrativa. 
Palavras-chave:         Ilustração. Visualidade. Literatura infantil.

 

PRODUÇÃO LITERÁRIA PARA CRIANÇAS:
CONEXÕES ENTRE TEXTO E IMAGEM

Daniela Bunn
 (UFSC) 

Resumo: Na interface entre texto e imagem, os sentidos proliferam por inúmeros caminhos. Esta comunicação visa potencializar a articulação entre texto e imagem e entre imagens de outros textos na produção contemporânea para crianças, a partir de alguns exemplos pontuais, baseando-se, principalmente, nas propostas do escritor e ilustrador Luis Camargo (2003). Promover sensações de reconhecimento, estabelecer linhas de fuga ao modo de Deleuze (2002) são maneiras pelas quais o professor-leitor pode trilhar rastros de memória, aproveitando o conhecimento literário de seus alunos (SOUZA; GARCIA, 2012). Dessa forma, pode-se contribuir para a ampliação da experiência de leitura e para a formação estética da criança e fazer com que, cada vez mais, os alunos percebam as nuances dessa dupla narração (texto/imagem). Em pauta, estranhamentos, devires e encantamentos literários, contágios, elementos escondidos e (sub)(di)(in)(per)vertidos que fazem rizomas, estabelecem conexões com diferentes leituras e com um modo diferenciado de ensino - um ensino pela diferença (GALLO, 2003).  

Palavras-chave: Literatura. Infância. Texto. Imagem. 

 

GT4: TEXTO E ENSINO 

FIGURAÇÕES DA IMPORTÂNCIA DO LATIM NA OBRA A REPÚBLICA DOS BUGRES DE RUY TAPIOCA

Cristiano Mello de Oliveira
(PGL/UFSC) 

Resumo: A obra A República dos bugres (1999), do escritor baiano Ruy Tapioca revela uma forte ferramenta didática na articulação do latim com a língua portuguesa. Avulta-se nesse romance contemporâneo uma profunda pesquisa linguística por parte do autor sobre os clássicos escritores gregos e latinos. O presente artigo pretende abordar a importância do estudo da língua latina através de algumas reflexões, buscando posteriormente analisar os trechos do romance, envergando para uma melhor elucidação do tema aqui proposto. Ao longo desse artigo pretendemos utilizar como balizamento teórico os seguintes autores: Weinhardt (2008), Kotche (1995), Viaro (1999) e Carvalho (2007), cada qual ao seu modo. As contribuições desse artigo buscam levantar um possível diagnóstico didático para o uso dos romances como ferramenta lúdica no aprendizado do latim.  

Palavras-chave: A República dos bugres. Ruy Tapioca. Romance Contemporâneo.  Didática.  Latim.

 

NA CONCRETUDE DO ENSINO CRIAR O DESMONTE DA PALAVRA: A POESIA

Lisley Canola Treis Teixeira
Bárbara Rafaela Brummer
(Colégio de Aplicação./UFSC) 

Resumo: Este trabalho nasce da pretensa intenção de provocar e ser provocado pela poesia no espaço da escola. Mobilizar a produção da criança no gesto da palavra em estado poético. Vincular dois elementos complexos - a poesia e a infância - na prática pedagógica tomando a palavra como gesto instigado na sensação e na presença ausente da materialização poética pelas percepções da infância. Mergulhar no mais íntimo de si pela palavra do outro. A poesia, em forma de folha que cai de nuvem que plaina. A palavra que se desmancha e mostra o mundo insólito. Fazer da poesia uma experiência, uma sensação, uma aproximação do mundo outro de si e das coisas.  Mas, como fazer isso na formalidade da escola? Como habitar-se de poesia na razão da escola? Por meio de uma seleção de materiais recolhidos para sensibilizar audições poéticas, visões poéticas, palavras não concretas, montagem e desmontagem do sensível, mergulho que exige ambiente, a criação do “deslugar” e o devaneio compuseram esta proposta. Assim, a poesia como linguagem e expressão que captura o sensível por meio de um universo de coisas e sensações percebido, sentido e experimentado organizou-se leituras, produções e apreciações poéticas com crianças de 4º ano, em 2011. 

Palavras-chave: Poesia. Infância. Palavra.
 

LITERATUR(AÇÃO)

Rafaella Machado
(PPGE/UFSC) 

Resumo: Educação literária ou Escolarização da literatura? Ensino de literatura ou de leitura literária? Magda Soares (1999), em "A escolarização da literatura infantil e juvenil", discute a maneira como é inserida a literatura em sala de aula, afirmando que o termo "escolarização" pode ser visto tanto como elogio quanto de maneira pejorativa. Considerando que a Literatura em sala de aula, consequentemente, deve ser escolarizada, sistematizada, defende-se que  essa escolarização deve ser feita de maneira adequada. Para discutir essa "situação", buscou-se apoio nos estudos sobre Ensino de leitura literária e Educação literária de Leahy-Dios (2004), Balça e Pires (2012), Balça (2011) e Roig Rechou (2010). Pretende-se, então, refletir acerca da ação do professor, relacionada à Literatura em sala de aula, bem como algumas possíveis adequações da relação entre Escola e Literatura. 

Palavras-chave:  Escolarização da Literatura. Educação Literária. Ensino e Literatura.
 

A CRÔNICA DE ANTONIETA DE BARROS
Luciene Fontão
 (SME e UFSC)

Resumo: O presente artigo tem por objetivo mostrar a presença de Antonieta de Barros nos compêndios que tratam de teorizar sobre a Literatura Catarinense a partir da década de 70 do século XX, ao mesmo tempo em que comenta sobre suas crônicas. A análise aqui referida usou como metodologia a leitura das crônicas do livro Farrapos de Idéias e das crônicas, publicadas em jornais pela autora em vida, resgatadas dos jornais entre 1926 a 1952 durante a pesquisa de doutorado, que constam do Apêndice da tese,  intitulado Inéditos e Dispersos da autora. As considerações fazem parte do capítulo dois, um dos fragmentos, da tese intitulada “Nos passos de Antonieta: Escrever uma vida”, defendida em agosto de dois mil e dez na pós-graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina, sob a orientação de Zahidé Muzart. 

Palavras-chave: Antonieta. Crônica. Literatura Catarinense.


 
 
 
    

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